Muitas vezes elogiei as habilidades cómicas e de representação de Rosa María Sardà e tenho o prazer de dizer que a Academia Espanhola de Cinema reconheceu a sua carreira como actriz, atribuindo-lhe a medalha de ouro 2010.
Vencedor de dois Goyas, por “Porque lhe chamam amor quando se referem a sexo? (1993) e “Sinvergüenza” (2001), este filme, teatro e televisão é um dos artistas mais cómicos que temos no nosso cinema. A energia que ela exibe em todas as suas funções é combinada com uma personalidade muito forte que a faz sobressair mesmo na intervenção mais curta e secundária. Como personagem principal, ela segura as histórias sabendo levar o espectador dos momentos mais leves para os mais dramáticos, a fim de sempre alcançar os objetivos do roteiro.
Com uma filmografia extensa, Sardà tornou-se essencial para alguns tipos de comédias em que sempre houve um papel a desempenhar e para vários diretores que conhecem o valor de tê-la.
O fragmento mais cômico de ‘Rivales’ é aquele em que Sardà viaja em um ônibus com os jogadores da equipe de Madrid, que cantam: “Que cante la catalana” (Deixe o catalão cantar), na frente de seu rosto irritado. Em ‘Vete de mí’, ela tem uma intervenção breve, mas muito bem sucedida. Ela é magnífica em ‘Anita no perd el tren’. A Vida Começa Hoje’ é o último filme em que ela esteve.
Para comemorar esta medalha, a Academia está programando, a partir de 28 de setembro, um ciclo com os filmes ‘Mouros e Cristãos’, ‘O Efeito Borboleta’, ‘Sem vergonha’, ‘Anita não perde o trem‘ e ‘Atrizes‘.
Nesta entrevista, Sardà declarou que seria a filha do casal Colomo e Oristrell, mas uma filha atípica porque é mais velha do que os pais. Sobre as origens, Sardà diz que quando as pessoas a vêem na rua, em vez do seu nome diz: “Olha, a catalã”, embora mais tarde termine dizendo que fez tantos filmes espanhóis como os catalães, o que quase justifica o comentário.
O objectivo deste prémio é homenagear aqueles que contribuíram para a melhoria do cinema espanhol no âmbito industrial e artístico através da sua carreira profissional. A Medalha de Ouro é atribuída sob este nome desde 1991, embora a primeira cerimónia deste tipo tenha sido realizada em 1986 para homenagear Vicente Casanova, que a instituição sempre considerou ser o primeiro galardoado com este prémio.
Até agora, trabalhou com Carmen Maura, Maribel Verdú, Geraldine Chaplin, Fernando Fernán-Gómez, Antonio Banderas, Elías Querejeta, Francisco Rabal, Carlos Saura e Fernando Rey, entre outros.
Via | Film Academy.